Na semana passada o Banco Central
da Suíça, o SNB decidiu eliminar a taxa de câmbio mínima, reduziu as taxas de depósitos
e causou uma grande movimentação na política monetária, preocupando assim um
dos maiores conglomerados de luxo do mundo, que tomou medidas para tentar
sobreviver ao “tsunami” que esta prestes a varrer a Suíça. A valorização do franco
suíço em até 30% fez a Richemont anunciar que a Cartier vai aumentar os preços
dos relógios e jóias em 5% na zona do euro para limitar os danos as suas
margens. A Cartier é responsável por cerca de 60% dos lucros do grupo que
também contam marcas como: Van Cleef & Arpels, Montblanc, Vacheron
Constantin, Jaeger-LeCoultre e Piaget. O aumento da moeda pode causar uma
pressão significativa nos custos do conglomerado, já que se estima que cerca de
metade dos custos totais do grupo estão em francos suíços.
Stanislas de Quercize, o Chefe executivo
da Cartier não descarta novos aumentos de preços no futuro, porém, esta
confiante sobre o desempenho da Cartier em 2015, em parte graças ao lançamento
de novos produtos e também pelo aumento da demanda européia. Na última quarta
feira, a Cartier apresentou em uma feira de relógios em Genebra, a nova coleção
Ballon Bleu chamado de Clé, o modelo com novos case redondos, números romanos e
movimentos automáticos, foram avaliados entre 13.000 a 825.000 euros. Quercize
afirmou que a nova coleção foi bem recebida, dando a entender que iria
impulsionar as vendas em 2015. As receitas de relógios da Cartier foram duramente
atingidas pela unidade de anti-corrupção da China e da falta de novos modelos e
isso acabou preocupando alguns investidores. Outras empresas do grupo também
estão com o sinal de alerta acionados e estão estudando medidas para que seus
negócios não sejam prejudicados pela política econômica. A indústria de luxo
esta passando por um período de volatilidade, mas espera-se que o ano de 2015 atinja
as expectativas planejadas.